O pavilhão principal do Templo Jurin-in foi construído no início da era Kamakura (1185-1333) com o intuito de servir de sala de culto e acomodar o altar do Buda de Pedra que se encontra no interior do templo.
De altura pouco elevada, o edifício tem uma varanda frontal, amplamente construída , e ao fundo, portas (denominadas "shitomido") constituídas por ripados cruzados, divididas entre parte superior e inferior. De um modo geral, o seu desenho revela sinais de um estilo semelhante ao das habitações do Japão medieval. Com beirais de tábuas em vez de travessas, o edifício apresenta características diferentes dos pavilhões de outros templos budistas.
A Perna de Rã ("kaerumata"), na parte superior dos dois pilares da frente do edifício, é um excelente exemplar do estilo imponente da era Kamakura. De nome inspirado na forma que se assemelha à de uma rã a dobrar as pernas, a Perna de Rã é uma peça estrutural utilizada para distribuir o peso das vigas e de outras estruturas de apoio do edifício. "Kaeru" significa rã e "mata" significa virilha.
As estruturas de madeira que suportam a partir de baixo os beirais com maior vão ("nokishita kumimono") e as molduras de curvas suaves ("kurikata") esculpidas nas partes superiores dos pilares são outros pormenores arquitetónicos de destaque. Este edifício foi classificado como Tesouro Nacional do Japão.
Nº de estruturas: 1
Período de construção: início da era Kamakura (século XIII)
Estrutura e forma: construção retangular de piso único (9 m X 7 m), coberta por um telhado de quatro águas (método de cobertura de telhas redondas convexas alternadas com telhas planas côncavas)
Data de classificação como Património Cultural de Relevo: 17.04.1902 (ano 35 da era Meiji)
Data de classificação como Tesouro Nacional: 08.02.1958 (ano 33 da era Showa)

Construído no início da era Kamakura (1185-1333), o Altar do Buda de Pedra Jizo é o principal objeto de culto do Templo Jurin-in e é uma estátua budista feita de uma pedra extremamente rara no Japão. O termo "Gan" refere-se ao altar que alberga uma estátua de Buda, está esculpido em granito e, com o Jizo Bosatsu no centro, representa o mundo de Jizo. No centro do altar está um Jizo Bosatsu que não segura um bastão ("shakujo"), num estilo mais antigo, com Shakanyorai e Miroku Bosatsu em ambos os lados. Após a morte de Buda, durante um período de 5,670 biliões de anos não aparecerá nenhum outro Buda até à vinda de Miroku Bosatsu. Durante este período, Jizo Bosatsu está encarregado de salvar todos os seres ("shujo" - seres vivos que se perderam) em nome de todos os budas.
Há ainda outros budas e pagodes ao redor do Jizo Bosatsu que representam a Terra Pura da Felicidade ("gokurakujodo"), o mundo de Jizo livre de sofrimento após a morte, na qual os seres desejam renascer. Em frente ao Altar do Buda de Pedra está colocada uma pedra-guia para depósito de ossos ou caixões dos mortos. Na parte superior, à esquerda e à direita do altar, podem ver-se inscrições sânscritas do Zodíaco e de constelações como a Ursa Maior. A partir destas inscrições, constata-se ainda a crença de que o culto trazia benefícios ao mundo dos vivos sob a forma de uma vida longa sem desastres naturais. De ambos os lados da pedra-guia, encontram-se dois pilares de pedra tradicionais ("kyodo") do Budismo Nanto com inscrições de escrituras e nomes de budas. Este Altar do Buda de Pedra é uma criação extremamente rara, elaborada com base nos ensinamentos do Budismo Nanto e que, ao mesmo tempo, apresenta aspetos que tiveram influência nas crenças populares da época. Outro aspeto interessante é o facto de também dar a impressão de ter sido influenciada por técnicas de escultura com aparência continental.
Com vestígios visíveis de cor, pode imaginar-se que foi outrora pintado para representar a Terra Pura da Felicidade ("gokurakujodo"), livre de sofrimento após a morte.

Nº de estruturas: 1
Período: início da era Kamakura (século XIII)
Estrutura e forma: altar em pedra
Data de classificação como património cultural de relevo: 24.04.1925 (ano 14 da era Taisho)

Situado diante do Pavilhão Principal, o Portão Frontal é uma estrutura simples de quatro pilares sem elementos decorativos. Com pilares de suporte ligeiramente inclinados para o interior e um telhado de estilo semelhante ao do Pavilhão Principal, é uma estrutura simples sem antecedentes, com beirais de tábuas e sem travessas.
A Perna de Rã ("kaerumata") do Portão Sul, peça estrutural utilizada para distribuir o peso das vigas e de outras estruturas de apoio do edifício, é formada por tábuas, e é assim designada devido à sua forma semelhante à de uma rã ("kaeru") que abre as pernas. Esta transmite, de um modo geral, uma sensação de simplicidade, ao contrário da escora decorativa ("honkaerumata"), que permite ver através da peça.
Com muitas características semelhantes às do Pavilhão Principal, considera-se que este portão tenha sido construído durante o mesmo período.

Nº de estruturas: 1
Período de construção: início da era Kamakura (século XIII)
Estrutura e forma: portão de quatro pilares com telhado de duas águas ("kirizumazukuri" - forma de telhado semelhante a um livro aberto virado para baixo), com telhas redondas convexas alternadas com telhas planas côncavas)
Data de classificação como Património Cultural de Relevo: 13.08.1917 (ano 6 da era Taisho)

A estátua de Fudo Myo-o e dos seus dois acólitos, Konkara e Seitaka, que se pensa ter sido criada pelo monge budista Chisho Daishi algures entre o final da era Heian (794-1185) e o início da era Kamakura (1185-1333), está patente na Sala Goma. Não estando normalmente exposta ao público, a estátua pode ser venerada durante a Oração Goma, ritual realizado diante do Fudo Myo-o no dia 28 de cada mês (exceto em agosto, dezembro e nos dias em que o templo está encerrado).
O cabelo do Fudo Myo-o está atado numa trança que lhe pende do ombro esquerdo. Com o olho esquerdo semicerrado, exibe o dente canino superior esquerdo e o inferior direito mordendo os lábios numa expressão de raiva ("funnuso"). A auréola nas suas costas representa um pássaro que cospe fogo. Empunhando uma espada na mão direita, e na mão esquerda um laço ("kensaku") que representa a salvação de todos os seres vivos ("shujo" - seres vivos que se perderam), ergue-se sobre um pedestal em forma de pedra, ladeado à esquerda e à direita pelos seus dois acólitos. À direita, Konkara observa-o com as mãos unidas e, à esquerda, Seitaka está voltado na sua direção numa posição ligeiramente agachada. Emanando elegância apesar da aparência temível, a forma arredondada e bem decorada do Fudo Myo-o exibe muitas características das imagens do final do período Heian.
Desde o passado, tem sido objeto de fé, na crença de que um único desejo se concretizará desde que o pedido seja sincero.

Nº de estruturas: 3